Vamos direto ao fechamento!
Dólar deu uma caída, e vem se mantendo por agora. Muita tempestade na política. E eu sigo aportando! Sem tentar prever nada. Só sei que nada sei.
Um colega de trabalho veio comentar comigo sobre investimentos em consórcios.
Aí eu pensei, mas como? O consórcio cobra uma taxa administrativa geralmente de 20% a 25% sobre o valor da carta, e também esse valor dela sofre uma atualização anual utilizando os índices INCC, IPCA, IGPM.
Pelo que pesquisei, quem investe em consórcio, o objetivo maior é ser contemplado para vender a carta contemplada. Hoje existem empresas especializadas para fazer essa ponte entre pessoas que vendem e aquelas que compram esse tipo de carta.
Quem vende, vai colocar um preço com ágio, sobre o valor que já foi dispendido. Exemplo: já paguei em um consórcio de 2 anos 40 mil, então vou vender a carta por 50 mil que geralmente representa 30% do valor da carta do consórcio.
Mas para mim o grande problema é ser contemplado. E pelo que percebi é que quanto antes é contemplado, maior será sua margem de lucro ao vender a carta, pois a porcentagem do ágio e sobre o valor total da carta, e não sobre o valor que você já pagou no consórcio.
Para aqueles que tem condições de dar um lance, as chances de ser contemplado é grande, porém a sua margem de lucro diminuirá, pois vai ser dispendido mais dinheiro para obter a carta.
Logo, vejo mais como um jogo de azar até certo ponto.
Vamos ver um gráfico da margem de lucro no decorrer do tempo, considerando que não haverá contemplação com lances.
O que o comprador está querendo é o crédito obviamente. Quanto maior for o prazo de pagamento da carta contemplada no consórcio, mais valiosa é a carta de crédito. Agora se a contemplação ocorreu faltando um mês para acabar, essa carta valerá o seu valor nominal.
Exemplo prático
Carta de crédito: R$ 300.000
Parcelas já pagas: R$ 60.000
Saldo devedor: R$ 240.000
Possíveis valores de venda no mercado
Faixa atrativa (20% – 25% do crédito):
20% → R$ 60.000
25% → R$ 75.000
Faixa de mercado comum (30% – 35% do crédito):
30% → R$ 90.000
35% → R$ 105.000
Esses valores seriam pagos a você pelo comprador.
O comprador, por sua vez, assume o saldo devedor de R$ 240.000.
A galera tem procurado comprar carta contemplada, pois o financiamento está caro com a selic alta, mesmo que seja dado uma boa entrada. O pessoal busca por linha de crédito mais barata. E o consórcio não deixa de ser uma solução. Porém existem algumas estratégias para não pagar caro no final de tudo. Se bem que com a selic a 15, muito difícil superar um financiamento.
Depois ele me contou que já foi contemplado 2 vezes. Talvez a experiência dele foi boa, que sugere isto.
O que acham dessa jogada? É como se fosse um trade? Não há como negar que existe o fator sorte no meio.
Interessante ler isso, eu já vi anúncios de pessoas vendendo cursos ensinando como lucrar com consórcio, mas nunca cliquei pois imaginei ser uma baita furada, e de fato pelo que escreveu, vai depender de sorte pra ter algum lucro, e no geral pode perder dinheiro com as taxas de administração.
ResponderExcluirOlhando seus exemplos, fiz uma conta, me corrija se entendi errado.
O consórcio de 300k, com 20% de taxas, ficaria 240k no fim?
Então você foi contemplado nos 60k e de alguma forma encontrou alguém que vai te pagar 75k, ganhando 15k de lucro, estimei aqui que demorou uns 2 anos pra chegar nesses 60k, então teria pago 2,5k por mês no consórcio. Esse dinheiro aplicado a 0,5% ao mês daria em torno de uns 63k. Assim tirando custo de oportunidade daria 12k de lucro, no exemplo parece bom, mas como você disse depende da sorte e encontrar alguém pra comprar.
Olhando do lado do cliente, ele vai pagar 75k inicial pra receber 240k? E depois vai pagar 2,5k por mais 8 anos? Ficando com um custo real de 31,25% sem considerar inflação? Coloquei tudo como pergunta porque nunca me aprofundei nesse assunto de consórcio, não tenho certeza como funciona, mas olhando o exemplo parece um negócio bom pra quem compra.
Abraços
Bilionário
ExcluirIdentifiquei uma falha nos meus cálculos do post. Desculpa-me!
Antes de mais nada vamos esclarecer que esses valores tem atualização!
A carta de crédito tem um índice que atualiza ela, no caso de crédito imobiliário normalmente o INCC, mas vai depender da empresa do consórcio escolher o índice para colocar isso no regulamento.
A questão é que a taxa de administração é em cima do valor da carta de crédito. E se essa é atualizada, a taxa de administração incidirá sobre o valor atualizado.
Logo, muito provavelmente as parcelas não serão iguais no decorrer do consórcio.
Refazendo o exemplo:
Uma carta de crédito de 300k o valor da taxa sendo 20%, a dívida total será de 360k.
Desse valor, divide as parcelas do consórcio para 60x, 80x ou mais.
No momento da contratação - Dívida do consórcio 360k
Pagou 24x, gastando 60k ( aqui para simplificar não considerar nenhuma atualização) - Dívida do consórcio 300k
Se oferecerem 75k na carta, ela terá 15k de ágio.
O consorciado recupera os 60k investido e ganha mais 15k
Quem comprou, gasta 75k, e fica com o débito de 300k.
Eu lembro que até o Gustavo Cerbasi era defensor de usar consorcio para alavancar o patrimônio, mas isso há muito tempo. Acredito que era mais rentável décadas atrás, quando a selic estava acima de 20%.
ResponderExcluirTenho a impressão de que muitas coisas que eram lucrativas pré internet, deixaram de ser. A verdade é que se você descobre uma coisa que dá um bom lucro, você deve ficar em silencio. Quando começam a vender curso sobre isso, é porque já saturou e dificultou muito ter um bom lucro.
Abraços.
Mendindo
ExcluirÉ exatamente isso!
Se eu descubro que tem ouro em algum lugar, vou ficar calado na minha extraindo. Quando não valer mais a pena, vou dizer que tem ouro ali, e quem quiser posso ajudar vendendo a pá.
É mais ou menos isso!
Abraço!